1789 - A INCONFIDÊNCIA MINEIRA E A
VIDA COTIDIANA NAS MINAS DO SÉCULO XVIII
1-Seu protesto ganhou muita força inicialmente?
Tiradentes não foi considerado um herói tão logo morreu e só passou a ser cultuado 98 anos após a sua morte. Como defendia idéias iluministas republicanas e antimonarquistas, durante o período imperial brasileiro, seu nome quase não era citado.
2- Escreva explicando sobre o pai de Tiradentes. Domingos da Silva Santos.
Ninguém contesta que Joaquim José da Silva Xavier, o Tiradentes, é o personagem principal
desta página apaixonante e dramática da história do Brasil. Faz-se mister, portanto, estudar a sua vida um pouco mais de perto, para tentarmos reconstruir, ainda que de maneira bastante imperfeita, a sua figura de herói nacional, amado por uns e desprezado por outros.
Na margem direita do Rio das Mortes, localizava-se a Fazenda do Pombal, que pertencia à jurisdição de São João Del Rei, embora o governo, em 1889, tenha dado o nome de Tiradentes para a cidade de São José Del Rei. Nesta fazenda, foi morar um casal de agricultores brancos, cristãos velhos, o português Domingos da Silva Santos e sua esposa brasileira, dona Antônia da Encarnação Xavier. Após muito trabalho no amanho da terra, o agricultor prosperou, passando a se dedicar também à mineração.
Em pouco tempo, já possuía 35 escravos, embora não chegasse a ser rico. Com a consequente melhora de vida, Domingos resolveu se aventurar na política, tendo sido eleito para o cargo de vereador da Câmara de São José Del Rei entre 1755 e 1757. Também ocupou o cargo de almotacé, um importante posto de fiscal na época do Brasil colônia, função só exercida por pessoas de total confiança pelos membros do Senado da Câmara. Aos almotacés cabia fixar e taxar os preços dos gêneros alimentícios, cuidar da distribuição dos mantimentos e zelar pela exatidão de pesos e medidas. Portanto, a família de Tiradentes
não só possuía certo prestígio, como alguns bens, dentre eles, a própria Fazenda do Pombal.
Sabemos que Joaquim José da Silva Xavier nasceu no ano de 1746, mas a sua família não teve o cuidado de anotar a data exata do nascimento. Certo mesmo, é que Joaquim José foi batizado pelo padre João Gonçalves Chaves no dia 12 de novembro de 1746 na capela de São Sebastião do Rio Abaixo, que ficava na própria fazenda, filial da Paróquia de Nossa Senhora do Pilar de São João Del Rei. No assento de batismo, consta que o seu padrinho foi o senhor Sebastião Ferreira Leitão e não teve madrinha, que ficou sendo Nossa Senhora da Ajuda. Desconhece-se o motivo pelo qual o batizaram com o nome de Joaquim e pouco se sabe a respeito de sua infância. Seus avós eram portugueses, com exceção de sua avó
materna, natural da cidade de São Paulo. Era o quarto filho dos sete que tiveram o casal Domingos da Silva Santos e dona Antônia da Encarnação Xavier. Dentre eles, Domingos e Antônio se ordenaram padres, José chegou à patente de capitão, além de três moças, Maria, Eufrásia e Antônia.
3- Escreva explicando sobre Sebastião Ferreira Leitão.
Os irmãos se separaram e cada um foi para um canto, ficando aos cuidados de algum parente. Joaquim José da Silva Xavier, agora com onze anos, acabou sendo recolhido à casa de seu padrinho, que morava na vila de São José Del Rei. Sebastião Ferreira Leitão era dentista e, vendo que o menino se mostrava bastante interessado na profissão, aos poucos passou a lhe ensinar os rudimentos do ofício.
Dizem que ele se dedicou com tal afinco a este trabalho, que logo já era capaz de arrancar dentes com bastante ligeireza e fazia próteses muito semelhantes a dentes verdadeiros. Foi uma atividade que desempenhou ao longo de toda a sua vida, mesmo quando exercia as funções de alferes na Companhia dos Dragões. Muitas vezes, tratava seus pacientes sem nada lhes cobrar, bastando para si apenas a certeza de que estava levando alívio e conforto aos seus semelhantes.
4- Teria Tiradentes sido o primo pobre? Explique.
Teria Tiradentes sido o “primo pobre” da inconfidência, como afirmam alguns historiadores, que quiseram ver no movimento pela libertação da pátria apenas um enorme calote que senhores abonados da colônia quiseram aplicar na Real Fazenda, quando souberam que teriam parte de suas fortunas confiscadas pela decretação da derrama? Senão, vejamos.
5- 1757. Com a morte do pai como Tiradentes passou a viver? Explique.
Com a morte de seu pai em 1757, o jovem rapazinho viu-se obrigado a ir atrás de trabalho para ajudar a família. Pouco tempo se dedicou a cultivar a terra, pois não lhe agradava ser lavrador. Decidiu, portanto, morar com o seu padrinho, Sebastião Ferreira Leitão, que passou a lhe ensinar o ofício de arrancar dentes, como já ficou dito. Na verdade, a profissão de dentista foi uma atividade secundária de Joaquim José da Silva Xavier que, mesmo depois de ter ingressado para a Companhia dos Dragões, continuou a exercê-la sempre que podia. Através dela, conseguia entrar na casa de senhores abastados, tendo acesso a muitas residências onde seus colegas inconfidentes não podiam penetrar. Graças a isso, pôde conhecer muita gente importante e sondar os seus reais interesses quanto ao movimento de
libertação da pátria.
6- Tiradentes destacou-se como Alferes? Explique.
Regressando para Vila Rica, ainda tentou voltar ao comércio, mas não obteve êxito. Sem muitas alternativas, decidiu ingressar na 6ª Companhia dos Dragões. O posto que ele ocupou logo após o seu ingresso também é outro problema biográfico bastante contraditório. Parte dos historiadores bate-se pela tese de que Tiradentes teria passado antes por cargos inferiores, como cabo, furriel e sargento até ser promovido a alferes em 1776, quando foi criado o Regimento de Cavalaria Regular, pela junção das antigas Companhias de Dragões. Outros historiadores alegam que ele entrou para a carreira militar já no posto de alferes e nisto parou, sem jamais ter sido promovido.
7- E como teria sido a vida amorosa de Tiradentes?
Até onde se sabe, o alferes não foi muito feliz no amor. Ele era bastante mulherengo e teve várias mulheres, mas todos os seus casos foram efêmeros. Gostava das mocinhas trigueiras, sobretudo se fossem novas. Porém, não se casou na igreja, permanecendo solteiro por toda a vida. De acordo com o cônego Luís Vieira da Silva, um dos personagens mais importantes da inconfidência mineira, Joaquim José adorava frequentar prostíbulos e vivia prometendo prêmios futuros para as meretrizes, tão logo a república se formasse no Brasil, talvez para conseguir favores sexuais sem precisar pagar.
8- Quem era José Álvares Maciel? Explique.
Ricas e importantes da cidade. Seu pai era o capitão-mor José Álvares Maciel, homônimo do filho, e sua mãe Dona Juliana Francisca de Oliveira Leite. Em 1782, embarca para a Europa com o objetivo de estudar na Universidade de Coimbra. Muitos historiadores afirmam que ele se formou em Ciências Naturais, mas o seu diploma, que se encontra hoje no Museu da Inconfidência, patenteia que o rapaz recebeu o “grau de Bacharel da Faculdade de Filosofia” no mês de julho de 1785, obtendo nota máxima de seus mestres, ou seja, “nemine discrepante”[23]. Depois disso, à custa do pai, que lhe dava uma mesada de 10$000 (dez mil réis), decidiu aprofundar seus conhecimentos na França e na Inglaterra. Por um ano e meio, dedicou-se ao estudo de química, mineralogia e técnicas manufatureiras. É quase certo
que, durante o período em que esteve em Londres, entrou em contato com lojas maçônicas, buscando apoio para o movimento da independência. Também se acredita que ele tenha sido um dos emissários enviados para sondar o apoio inglês, enquanto José Joaquim da Maia se encontrava com Thomas Jefferson, tentando conquistar a simpatia dos norte-americanos para a causa dos brasileiros. Sendo o mais jovem dos conspiradores, porém muito bem informado da situação internacional, defendia a industrialização do território mineiro após o processo de separação. Em 1789, contava 29 anos e era cunhado do tenente-coronel Francisco de Paula Freire de Andrade, comandante da 6ª Companhia dos Dragões, o mais importante cargo militar de Vila Rica, o que fazia dele o segundo homem mais poderoso das Minas, atrás apenas do governador.
9- Gente instruída e abastada. Se a independência fosse proclamada. O que alegavam?
Modo mais forte a exploração da metrópole. Em fins da década de 1780, os brasileiros começaram a cogitar algumas hipóteses nunca antes aventadas na colônia e a idéia de se cortar definitivamente os laços com Portugal passou a ser levada a sério. Inúmeras reuniões sigilosas ocorreram nas casas dos principais interessados, onde se planejava e discutia a viabilidade do projeto. Pela primeira vez na história do país, falava-se claramente na independência da pátria, ao contrário das diversas revoltas e motins ocorridos anteriormente. E acima de tudo, os conspiradores desejavam a independência de todo o Brasil e não apenas do território mineiro.
Muitas pessoas que tomaram parte no movimento da inconfidência eram homens importantes na capitania de Minas, gente instruída e abastada. Se decidiram se aventurar em empresa tão arriscada, pois o crime de lesa-majestade era o mais grave que um súdito poderia cometer, é porque estavam desesperados. Embora ricos, quase todos deviam altas somas à Coroa, em virtude dos quintos e outros impostos. Se a independência fosse proclamada, eles imaginavam que suas dívidas seriam perdoadas pela nova república e, por isso, alegavam:
“Queremos a pátria independente, a cultura livre, a exploração livre, a abolição dos impostos, que são o cativeiro e o roubo, a Universidade, e conosco a Justiça, a Administração e o Governo”.
PARABÉNS pelo belo trabalho.
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