A REVOLUÇÃO FARROUPILHA
Segundo Sandra Jatahy Pesavento
Soldados na batalha da Revolução Farroupilha |
1- No que tornou-se a Revolução Farroupilha para a historiografia tradicional?
R:Para a historiografia tradicional, a Revolução Farroupilha tornou-se o símbolo do espírito de bravura do povo gaúcho e de suas "tendências libertárias". Quanto a seus principais vultos, converteram-se nos exemplos mais representativos da "raça" gaúcha, tais como altivez, coragem, desprendimento.
2- Qual função teve este discurso de tendência positivista?
R:Este discurso, elaborado e difundido por historiadores no início do século, de tendência positivista-idealista, teve uma função orgânica muito precisa: legitimar e dar coesão ao sistema de dominação vigente e à hegemonia do grupo agropecuarista na sociedade civil.
3- Quando deu-se o incidente que propiciou a eclosão da revolta?
R:No Rio Grande do Sul, em 20 de setembro de 1835, eclode a Revolução Farroupilha, na mais longa das rebeliões regenciais, que por dez anos manteve uma luta armada contra as forças imperiais.
O incidente que propiciou a eclosão da revolta deu-se no momento da inauguração da primeira Assembléia Legislativa Provincial, quando o presidente Fernandes Braga e o comandante de armas Sebastião Barreto Pereira Pinto acusaram Bento Gonçalves de conivência com caudilhos platinos, bem como de professar idéias republicanas.
4- O que dizia, em carta, Bento Gonçalves ao regente Feijó?
R:Em carta ao regente Feijó, Bento Gonçalves explicava a posição da província:
"(...) Em nome do povo do Rio Grande, depus o governador Braga e entreguei o governo ao seu substituto legal Marciano Ribeiro. E em nome do Rio Grande do Sul eu lhe digo que nesta província extrema, afastada dos corrilhos e conveniências da Corte, dos rapapés e salamaleques, não toleramos imposições humilhantes, nem insultos de qualquer espécie. (...) O Rio Grande é a sentinela do Brasil, que olha vigilante para o Rio da Prata. Merece, pois, maior consideração e respeito. Não pode e nem deve ser oprimido pelo despotismo. Exigimos que o governo imperial nos dê um governador de nossa confiança, que olhe pelos nossos interesses, pelo nosso progresso, pela nossa dignidade, ou nos separaremos do centro e com a espada na mão saberemos morrer com honra, ou viver com liberdade."
5- A elite-riograndense. No que tinha fundamentado seu patrimônio? Em outras palavras, no que constituíam-se?
R:No tocante aos empresários da "revolução", não resta a menor dúvida que eles se circunscreviam nos quadros da chamada elite rio-grandense, camada favorecida da sociedade e que tinha o seu patrimônio fundamentado na posse da terra, do gado, dos escravos. Em outras palavras, constituíam-se de estancieiros, em sua maior parte, charqueadores e comerciantes exportadores, que tinham os seus interesses prejudicados com a política econômico-financeira imposta pelo Centro e que, dentro dos quadros de um sistema político excludente, tinham condição de fazer valer seus direitos nos cargos eletivos locais.
6- Por que a peonada serviu de massa de manobra?
R:A peonada, no caso, serviu como massa de manobra em mais uma prolongada campanha militar, lutando por interesses que não eram os seus e em nome de ideais ou princípios cujo significado não podia alcançar.
7- Em qual batalha e por quem foi proclamada a República Riograndense?
R:Em termos de reveses, os farrapos perderam neste período Porto Alegre e, na batalha da ilha do Fanfa, no rio Jacuí, poucos dias após a proclamação da república pelos farrapos, Bento Gonçalves foi preso e levado primeiramente para o Rio e após para o forte da Laje, em Salvador.
8- O que aconteceu na ilha do Fanfa, rio Jacuí? Explique.
R:Em termos de reveses, os farrapos perderam neste período Porto Alegre e, na batalha da ilha do Fanfa, no rio Jacuí, poucos dias após a proclamação da república pelos farrapos, Bento Gonçalves foi preso e levado primeiramente para o Rio e após para o forte da Laje, em Salvador.
9- O ato de separação foi uma precipitação irrefletida? Explique.
R:o ato de sua separação e desmembramento não foi obra da precipitação irrefletida ou de
um caprichoso desacerto; mas uma obrigação indispensável, um dever rigoroso de consultar a sua honra, felicidade e existência altamente ameaçadas (...). Só empunha o gládio dos combatentes para cobrir-se e defender-se de uma odiosa agressão; faz neste momento o que fizeram tantos outros povos por iguais motivos, em circunstâncias idênticas(...).
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