A REVOLUÇÃO FARROUPILHASegundo Sandra Jatahy Pesavento
1- No que tornou-se a Revolução Farroupilha para a historiografia tradicional? Pág. 03A Revolução Farroupilha é, seguramente, o acontecimento mais festejado da
historiografia oficial do Rio Grande do Sul, e sobre o qual mais se tem escrito, em termos
regionais. É ainda o episódio através do qual a história rio-grandense tem a sua inserção mais
clara na "história do Brasil", ou, pelo menos, é o acontecimento mais comumente lembrado em
termos de história no qual se envolve o Rio Grande do Sul.
2- Qual função teve este discurso de tendência positivista? Pág. 03
Este discurso, elaborado e difundido por historiadores no início do século, de tendência positivista-
idealista, teve uma função orgânica muito precisa: legitimar e dar coesão ao sistema de dominação vigente e à hegemonia do grupo agropecuarista na sociedade civil.
dominação vigente e à hegemonia do grupo agropecuarista na sociedade civil.
3- Quando deu-se o incidente que propiciou a eclosão da revolta?Pág. 17
O incidente que propiciou a eclosão da revolta deu-se no momento da inauguração da primeira
Assembléia Legislativa Provincial, quando o presidente Fernandes Braga e o comandante de
armas Sebastião Barreto Pereira Pinto acusaram Bento Gonçalves de conivência com caudilhos
platinos, bem como de professar idéias republicanas.
4- O que dizia, em carta, Bento Gonçalves ao regente Feijó? Pág. 18
Este primeiro enfrentamento teve como resultado a conquista da capital da província pelos
legalistas, determinando a fuga do presidente para Rio Grande.
Em carta ao regente Feijó, Bento Gonçalves explicava a posição da província:
"(...) Em nome do povo do Rio Grande, depus o governador Braga e entreguei o governo ao seu
substituto legal Marciano Ribeiro. E em nome do Rio Grande do Sul eu lhe digo que nesta
província extrema, afastada dos corrilhos e conveniências da Corte, dos rapapés e salamaleques,
não toleramos imposições humilhantes, nem insultos de qualquer espécie. (...) O Rio Grande é a
sentinela do Brasil, que olha vigilante para o Rio da Prata. Merece, pois, maior consideração e
respeito. Não pode e nem deve ser oprimido pelo despotismo. Exigimos que o governo imperial
nos dê um governador de nossa confiança, que olhe pelos nossos interesses, pelo nosso progresso,
pela nossa dignidade, ou nos separaremos do centro e com a espada na mão saberemos morrer
com honra, ou viver com liberdade."
5- A elite-riograndense. No que tinha fundamentado seu
patrimônio? Em outras palavras, no que constituíam-se? Pág. 20
No tocante aos empresários da "revolução", não resta a menor dúvida que eles se circunscreviam
nos quadros da chamada elite rio-grandense, camada favorecida da sociedade e que tinha o seu
patrimônio fundamentado na posse da terra, do gado, dos escravos. Em outras palavras,
constituíam-se de estancieiros, em sua maior parte, charqueadores e comerciantes exportadores,
que tinham os seus interesses prejudicados com a política econômico-financeira imposta pelo
Centro e que, dentro dos quadros de um sistema político excludente, tinham condição de fazer
valer seus direitos nos cargos eletivos locais.
6- Por que a peonada serviu de massa de manobra? Pág. 20
Apeonada, no caso, serviu como massa de manobra em mais uma prolongada campanha
militar, lutando por interesses que não eram os seus e em nome de ideais ou princípios cujo
significado não podia alcançar.
7- Em qual batalha e por quem foi proclamada a República
Riograndense? Pág. 21
Mesmo ausente, Bento Gonçalves foi eleito presidente da República Rio-grandense, que
estabelecera sua capital na cidade de Piratini. Em 1837, com a ajuda da maçonaria, o líder
farroupilha conseguiu fugir e retornar ao Rio Grande do Sul, assumindo a presidência.
Ainda nesse período de ascensão farroupilha, os rebeldes efetuaram a invasão de Santa Catarina,
onde, em Laguna, Garibaldi e Davi Canabarro fundaram a República Juliana.
8- O que aconteceu na ilha do Fanfa, rio Jacuí? Explique. Pág. 21
Em termos de reveses, os farrapos perderam neste período Porto Alegre e, na batalha da ilha do
Fanfa, no rio Jacuí, poucos dias após a proclamação da república pelos farrapos, Bento
Gonçalves foi preso e levado primeiramente para o Rio e após para o forte da Laje, em
Salvador.
9- O ato de separação foi uma precipitação irrefletida? Explique.
Pág.21
"(...) o ato de sua separação e desmembramento não foi obra da precipitação irrefletida ou de
um caprichoso desacerto; mas uma obrigação indispensável, um dever rigoroso de consultar a
sua honra, felicidade e existência altamente ameaçadas (...). Só empunha o gládio dos
combatentes para cobrir-se e defender-se de uma odiosa agressão; faz neste momento o que
fizeram tantos outros povos por iguais motivos, em circunstâncias idênticas (...).
Um só recurso nos restava, um único meio se oferecia à nossa salvação; e este recurso e este
meio único era a nossa Independência Política e o Sistema Republicano (...). Perdidas pois as
esperanças de concluírem com o Governo de S. M. Imperial uma conciliação fundada nos
princípios da Justiça Universal, os rio-grandenses, reunidas as suas municipalidades, solenemente
proclamaram e juraram a sua independência política, debaixo dos auspícios do Sistema
Republicano, dispostos todavia a federarem-se, quando nisso se acordem as Províncias irmãs que
venham a adotar o mesmo sistema."
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