1. Quem foi, onde nasceu? Quem eram seus pais? Como foi sua vida?(Biografia)
A) D. João VI;Dom João VI (1767-1826) foi Rei de Portugal. Começou a governar a partir de 1792, em consequência da insanidade mental de sua mãe D. Maria I. Se tornou Príncipe Regente a partir de 13 de julho de 1799. No dia 6 de fevereiro de 1818 foi coroado Rei de Portugal, dois anos após a morte de sua mãe. Veio para o Brasil tão logo soube da notícia que as tropas de Napoleão comandadas pelo general Junot caminhavam em direção à Portugal. O Brasil que até então era uma colônia, passou a ser a sede da monarquia portuguesa. Dom João permaneceu no Brasil entre 1808 e 1821.
Dom João VI (1767-1826) nasceu em Lisboa no dia 13 de maio de 1767, no Palácio Real da Ajuda. Era filho de D. Pedro III e D. Maria Izabel. Em 8 de maio de 1785 casa-se com D. Carlota Joaquina, filha de Carlos IV, rei da Espanha. Teve nove filhos, entre eles, Pedro, futuro Imperador do Brasil. Com a morte de seu irmão mais velho, Dom João torna-se herdeiro da coroa portuguesa. No dia 10 de fevereiro de 1792, com a insanidade mental de sua mãe confirmada, passa a governar o País. Só foi nomeado Príncipe Regente no dia 13 de julho de 1799.
B) Carlota Joaquina;Carlota Joaquina (1775-1830) foi Rainha Consorte de Portugal, esposa do Rei Dom João VI. Foi Rainha Consorte do Reino Unido de Portugal, Brasil e Algarves.
Carlota Joaquina (1775-1830) nasceu em Aranjuez, Espanha, no dia 25 de abril de 1775. Filha de Carlos IV e de D. Maria Luísa de Parma, Reis da Espanha. No dia 8 de maio de 1785, com apenas 10 anos de idade, a infanta da Espanha se casa com o príncipe Dom João de Bragança, depois de 2 anos de negociações, para selar a amizade entre os reis de Portugal, Dom Pedro III e Dona Maria I com os reis da Espanha.
Vários acontecimentos na corte portuguesa mudaram a vida do casal: em 1786, morre Dom Pedro III, em 1788 morre o herdeiro Dom José. Depois de perdas repentinas, Dona Maria I é acometida de crises emocionais. Em 1792, Dom João teve que assumir o governo, mas esperando a cura da mãe, recusou-se a receber o título de príncipe regente.
O casal teve oito filhos: Maria Teresa (1793-1874), Maria Isabel, Maria Francisca, Pedro de Alcântara, Isabel Maria, Miguel, Maria Assunção e Ana de Jesus (1806-1857). Com as intrigas de Carlota Joaquina, que tinha um temperamento difícil, Dom João VI se instalou no Palácio de Mafra e Carlota Joaquina permaneceu no Palácio de Queluz.
Carlota Joaquina, fiel a origem espanhola, mantinha-se favorável aos interesses da Espanha e procurava conspirar contra o trono de Portugal. Em 1799, com o fim da Revolução Francesa que ameaçava as cortes europeias, Dom João resolveu receber o título de Príncipe Regente e se viu ameaçado por Carlota Joaquina que tentou assumir a regência, acusando Dom João de Incompetente. Escreveu a seu pai: “O príncipe cada dia piora da cabeça” e pediu a seu pai que “amparasse seus netos que não tem pai capaz de cuidar deles”.
C) José Bonifácio;José Bonifácio (1763-1838) foi o Patriarca da Independência. Lutou como soldado contra as tropas de Napoleão. Foi secretário da Academia de Ciências de Lisboa, foi vice-presidente da província de São Paulo e Ministro do Príncipe Regente D. Pedro.
José Bonifácio de Andrada e Silva (1763-1838) nasceu em Santos, São Paulo, no dia 13 de Junho de 1763. Filho de Bonifácio José Ribeiro de Andrada com sua prima Maria Barbara da Silva. Terminou seus estudos preliminares com 14 anos de idade, sendo levado para São Paulo, onde estudou francês, lógica, retórica e metafísica, com o Bispo Manuel da Ressurreição. Concluído os estudos, foi para o Rio de Janeiro, de onde seguiu para Portugal. No dia 30 de outubro de 1783 matricula-se na Faculdade de Direito de Coimbra. Estuda também filosofia, história, química e matemática.
Em 1789, José Bonifácio já formado, foi convidado pelo Duque de Lafões, primo da rainha D. Maria I, para fazer parte da Academia de Ciências. Seu primeiro trabalho foi "Memórias sobre a Pesca das Baleias e Extração de seu Azeite". No fim do século XVIII, com a queda da produção das minas de ouro no Brasil, por determinação da coroa, José Bonifácio é escolhido para percorrer a Europa com o objetivo de adquirir conhecimentos de mineralogia, filosofia e história natural.
Estudou e estagiou em diversos países, mas foi na Suécia que sua carreira de mineralogista brilhou, ao descobrir e descrever doze novos minerais. Tornou-se membro de academias científicas em diversos países. A viagem durou 10 anos. Em 1800, volta para Portugal, casa-se com Emília O'Leary, de ascendência Irlandesa. Foi nomeado Intendente Geral das Minas, e condecorado em 1802 pela Universidade de Coimbra, com o título de “Doutor em Filosofia Natural”.
D) D. Pedro I;Dom Pedro I (1798-1834) foi o primeiro Imperador do Brasil. Outorgou a primeira Constituição brasileira, que vigorou de 1824 até 1889 com o fim do Império.
Dom Pedro I (1798-1834) nasceu no Palácio de Queluz, Portugal, no dia 12 de outubro de 1798. Filho de Dom João e de Dona Carlota Joaquina de Bourbon passou seus primeiros anos no Palácio de Queluz, cercado de governantas e professores. No dia 7 de março de 1808, com 9 anos de idade, chegou ao Brasil, junto com a família real que fugindo das tropas napoleônicas instalou-se no Rio de Janeiro, na Quinta da Boa Vista.
O jovem Pedro sabia latim suficiente para ler certos clássicos da antiguidade, estudava pintura, francês, inglês e música, chegando a compor e tocar pequenas peças. Dedicava-se também à equitação. Avesso aos estudos preferia a vida ao ar livre no palácio de São Cristóvão e na fazenda Santa Cruz.
Em março de 1816, com a morte de sua avó Dona Maria I, Dom João VI é aclamado Rei de Portugal e Dom Pedro torna-se Príncipe Real e herdeiro direto do trono, em virtude da morte do seu irmão mais velho, Antônio.
Muita gente estava a par das façanhas amorosas do jovem conquistador, mas depois de demoradas negociações diplomáticas, estava a caminho do Brasil a Arquiduquesa Carolina Josefa Leopoldina, filha do imperador da Áustria, que fora a escolhida para esposa de Dom Pedro. Casam-se no dia 5 de novembro de 1817, e juntos tiveram sete filhos.
Em 1820 Portugal passava por grave crise política e social. A Revolução Liberal do Porto se espalhou por todo pais. A Constituição era a palavra de ordem. No dia 26 de abril, Dom João volta para Portugal, ficando Dom Pedro como Príncipe Regente do Brasil. A corte de Lisboa despachou então um decreto exigindo que o Príncipe retornasse a Portugal e que o Brasil voltasse à condição de colônia.
2) Pesquise.Identifique e escreva explicando sobre as esposas e mulheres do D. Pedro I.
Domitila – como foi batizada – ou Titília como chamada em casa, última filha do coronel reformado João de Castro Canto e Mello e Escolástica Bonifácia de Toledo Ribas, nasceu a 27 de dezembro de 1797, na então pequena São Paulo. Contrariamente a muitas de suas contemporâneas, foi alfabetizada. Aos 16 anos, se casou com um oficial do II Esquadrão do Corpo de Dragões de Vila Rica, o alferes Felício Pinto Coelho de Mendonça. Amor? Os enlaces, então, passavam longe das razões do coração. O noivo pertencia à cavalaria que tinha por objetivo a defesa dos governadores, além de um salário razoável e de ser membro de família conhecida: razões suficientes para se tornar companheiro de moça bem nascida. Vem ao mundo os dois primeiros filhos do casal, Francisca e Felício e quando grávida do terceiro, João, alegando maus tratos, Domitila troca Vila Rica por São Paulo. As várias biografias sobre a vítima não hesitam em repetir que era mal tratada. Chegou mesmo a ser esfaqueada pelo marido. O divórcio saiu em 1824.
Agosto de 1822: vivendo separada do marido, ela conhecerá D. Pedro que voltava de sua jornada à Vila Rica. Tinha ele 24 e ela 25 anos. Belíssima? Não. Um certo pendor para a gordura, três partos, duas cicatrizes de facadas no corpo, um rosto comprido iluminado pelo olhar moreno. As condições do encontro são cercadas por lendas. Apresentada pelo Chalaça, secretário de Sua Majestade? Introduzida pelo irmão, que viera na comitiva do jovem monarca? Amor à primeira vista quando ele a vira cruzar numa cadeirinha? Pouco importa. Teve aí início um dos poucos romances que podemos acompanhar por meio da correspondência entre os amantes. Logo após se tornar Imperador, D. Pedro deixa de lado a discrição, transformando Titília numa “teúda e mantéuda” que apresenta à Corte e instala em casa própria, ao lado do palácio de são Cristóvão. O palacete, à rua Nova do Imperador, posteriormente se tornou conhecido como Casa da Marquesa. Em novembro de 1822, felicita-a por “estar pejada”. Depois do nascimento de D. Isabel Maria, “Belinha”, a primogênita, fá-la viscondessa em 12 de outubro de 1825 e um ano depois, sempre no dia do imperial aniversário, marquesa de Santos. O imperador era um amante zeloso!
E quanta paixão. As cartas não deixam mentir. “Meu amor, meu tudo”, “meu amor, minha Titília”, “meu benzinho, vou aos seus pés”, “E assinava-se “seu fogo foguinho, “o Demonão”. E cumprindo o ritual dos enamorados destes tempos, enviava-lhe, como qualquer plebeu, muitos agrados: “quartos de vaca, botões de rosa, cestinhos de morango, metade de um peru, queijos, figos”. O amor adúltero se desenvolvia à vista de todos, dividindo a Corte. Os irmãos Andrada, e em particular José Bonifácio, reprovavam a atitude do jovem imperador que consideravam comprometedora da imagem do novo Império no exterior.
Ainda como viscondessa, Domitila foi elevada à dama camarista da imperatriz Leopoldina e acompanhou o casal em viagem de dois meses à Bahia: “A viagem da Corte à Bahia provocou um grande escândalo pois o imperador, ao se fazer acompanhar pela imperatriz, sua filha mais velha e sua amante titular, chocou logicamente todo mundo”, anotava o diplomata, barão de Maréchal. Cresciam as hostilidades à Pompadour tropical e D. Pedro recebe inúmeras cartas anônimas de protesto. Neste mesmo ano, registram-se perdas e ganhos. Em março, falece aos três meses, o pequeno Pedro. O fato causou embaraço aos ministros que não sabiam quais formalidades adotar com o corpo do defuntinho. Ao final, ele recebe exéquias reais. Por outro lado, “Belinha” é reconhecida em declaração oficial e elevada à duquesa de Goiás em festa a qual estiveram presentes os ministros do Império – Bonifácio já tinha se demitido -, dos Estrangeiros e da Guerra, viscondes e barões.
A partida do imperador para a Província de Rio Grande de São Pedro foi cercada de declarações: “Não te posso, minha filha, explicar as acerbas saudades que dilaceram o coração do teu constante, fiel, saudoso filho. Nada mais digo senão que teu é, e do mesmo modo que estejas no céu, no inferno ou não sei onde […] Tu existes e existirás sempre em minha lembrança e não passa um só momento em que meu coração não me doa de saudades tuas”. A morte de D. Leopoldina no final deste mesmo ano, obrigou D. Pedro a tomar certos cuidados, pois não faltaram manifestações acusando Domitila de ter envenenado a imperatriz.
Insultos, ameaças, proibições de entrar no palácio e mesmo tentativa de linchamento resultaram na reação do povo pelo desaparecimento da soberana benquista. Em respeito à falecida, “as relações com madame Castro eram encobertas quando possível, nem ela se apresentava em público”, testemunhou a viajante inglesa Maria Graham. Mas encobertas ou não, pareciam extremamente fortes. Afinal, enquanto os muros da cidade afixavam pasquins e alegorias mostrando Domitila puxando as rédeas a um cavalo – o imperador em pessoa – não recebera ela carta do amante em que este afirmava “Pedro I, que é teu verdadeiro amigo, saberá vingar-te de todas as afrontas que te fizeram”? Em 1827, já gozando de todas as prerrogativas de marquesa, “com honras, privilégios, isenções, liberdades e franquias”, Domitila recebe, ainda, a banda da Real Ordem de Santa Isabel de Portugal além de conseguir títulos de nobreza para o restante da família. Seus irmãos não só foram promovidos, como aguardavam – cúmulo do favor – o sege do imperador ir buscá-los a cada beija-mão no palácio!
Tanto agrado aguçou desafetos, multiplicando a ação daqueles que se bateram pelo fim das honrarias. Em 1839, por exemplo, o deputado Venâncio Rodrigues de Resende, ainda referindo-se à Pompadour tropical, fustigava: “quando estes títulos são recompensa de privadas afeições, da intriga e de serviços às vezes desprezíveis essa fonte inesgotável de remunerações condignas avilta-se, perde o valor e seca-se”.
Os receios de um casamento com o Imperador rondavam. O chanceler austríaco Metternich não escondia seu horror: “É inconcebível que o imperador pense em se casar com a senhora de Santos, pois seu marido é vivo”. Nas cartas trocadas por esta época, o imperador dizia literalmente “Amo-te muito e se não te amasse não faria os excessos que faço por ti”. Assinava entrelaçando seu nome no da amante com um P.S: “vire o mundo, o que virar, em nós não faz brecha”. Pois a brecha se fez. Quando as notícias da busca de uma noiva se espalharam, as cartas que Domitila recebia mudaram de tom. Agora, D. Pedro falava em “gratidão e afeto particular”, chamando-a de “minha amiga”. A “concubina e sua comitiva”, relatava Marechal aos superiores austríacos, seriam afastados antes da chegada da nova esposa. A pressão sobre o fim da ligação aumentava com o passar dos meses.
A 13 de agosto de 1827, nascia no Rio de Janeiro, Maria Isabel de Alcântara Brasileira, a última filha de Domitila com D. Pedro. Assinado o contrato de casamento com Amélia de Leutchemberg, o casal se separaria definitivamente. Além de abandonada pelo amante, viu seus amigos destituídos de funções no Paço. Uma carta dá a medida da personalidade desta mulher: “Senhor. Eu parto esta madrugada e seja-me permitido, ainda esta vez, beijar as mãos de Vossa Majestade, por meio desta, já que os meus infortúnios e minha estrela má me roubam o prazer de fazer pessoalmente. Pedirei constantemente ao céu que prospere e faça venturoso o meu imperador. E quanto à marquesa de Santos, senhor, pede a V. M. que, esquecendo como ela tantos desgostos, se lembre só mesmo, que a despeito das intrigas, que ela em qualquer parte que esteja saberá conservar dignamente o lugar a que V. M a elevou”. Fim de caso… – Mary del Priore
3)Recomende um livro sobre a independência do Brasil.
Como se desenvolveu o conceito de cidadania dos brasileiros após 1822 |
"Brasileiros e Cidadãos", de Gladys Sabina Ribeiro
Com a independência brasileira e o crescente processo de desvinculação política, econômica e social com relação a Portugal que se reforçou com este fato, a incipiente formação de uma identidade cultural própria encontrou um caminho mais desimpedido para ocorrer. No mesmo sentido, a ideia de nação e o desenvolvimento da cidadania dos brasileiros começou a tomar um rumo mais autônomo entre o Primeiro Reinado e o começo da Primeira República. Esta obra, organizada pela historiadora Gladys Sabina Ribeiro, traz análises que priorizam os direitos civis e políticos neste período à luz dos valores e das práticas sociais vigentes. Fornecendo subsídios para uma discussão mais embasada sobre a formação da sociedade civil, o livro ainda enfoca as diferentes concepções das relações entre cidadãos e as instituições do Estado.
4) Recomende um filme ou documentário do youtube sobre a independência do Brasil.
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